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Tag: como fazer caixas de som

  • Cap. 17 – Projetando caixas de som: – Dicas para construção de caixas de som

    Cap. 17 – Projetando caixas de som: – Dicas para construção de caixas de som

    • -Construa caixas dutadas com alto falantes de alta sensibilidade para utilizar em palcos, teatros, instrumentos musicais, trio elétrico automotivo e ao ar livre. Não use alto-falantes automotivos para fazer estas caixas, pois estes tem baixa sensibilidade.
    • -Uma caixa mal vedada pode perder até 10dB no resultado final, sele bem a caixa por dentro, até mesmo se esta for dutada.
    • -Softwares que analisam o deslocamento do cone do falante necessitam de mais dados do que simplesmente Vas, Qts e Fs. Repare que os problemas com deslocamento ocorrem em freqüências muito baixas, de modo que você pode resolver abaixando um pouco o nível dos graves no aparelho de som.
    • -Alto falantes pequenos movimentam muito pouca massa de ar, portanto se quiser graves de 40Hz em locais maiores que seu quarto, esqueça os de 5″. principalmente se tiverem pouca excursão.
    • -Se quiser impressionar, procure descobrir a freqüência de ressonância do local onde você quer tocar sons graves e construa uma caixa com um pico de resposta nesta freqüência. Apesar da batida forte da caixa na região do pico, bom para músicas dançantes, a extensão de graves ficará prejudicada. E a audição prolongada pode causar fadiga devido ao “som de barril”.b
    • -Nas bass-relfex os dutos podem ficar para trás da caixa, desde que você não a encoste na parede. não permita que extremidade interna do duto fique próximo das paredes da caixa (pelo menos um diâmetro de dist.), e o posicione o mais distante possível do alto-falante.
    • -Carros grandes, do tipo tres volumes, não transferem bem os graves do porta-malas para o interior do veículo. O ideal é construir uma caixa band-pass, coloca-la no porta-malas e fazer uma passagem para comunicar o duto com o habitáculo.
    • -Quando dois ou mais alto falantes estão ligados juntos, lembre-se de observar a impedãncia resultante, para que seja compatível com a impedância de amplificador. Veja o link nº 23
    • -Se os alto falantes estiverem ligados juntos, via divisor de freqüências, Ex: um tweeter, um woofer e um mid-range, todos de 8ohms de impedância, a resultante também será 8ohms pois devido ao divisor, o amplificador “enxerga” cada falante individualmente.
    • -Músicas populares possuem suas batidas graves perto de 70Hz, ao projetar caixas que toquem ao ar livre e locais amplos, procure criar um pico de no máximo 4dB nesta região.
    • -Amplificador mais potente que o alto falante não é problema (aliás é o correto), o pior é amplificador fraco que distorce em altos volumes. A distorção aquece as bobinas e queima fácil os falantes.
    • -Para a ligação interna da caixa, use cabos de bitola coerente com a potência do falante.
    • -Não coloque nada no duto que interrompa a passagem do ar, nem mesmo telas. Não deixe também material absorvente próximo a extremidade interna do duto, nem em seu interior.

    Se você se interessa por estes assuntos e caso queira se aprofundar mais nesta área fascinante que inclui até mesmo conhecimentos de psico-acústica, recomendo que consulte estas referências e endereços web abaixo. Selecionei os melhores sites sobre o assunto para que aqui você não fique sem respostas. Prepare um lanche, acomode-se e navegue:

    Veja também:

    LINKS IMPORTANTES E INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
     
    Fabricantes de alto-falantes:
     
    1.        Selenium(br)                     www.selenium.com.br
    2.        JBL                                 www.jbl.com  e www.jblpro.com
    3.        Bravox(br)                        www.bravox.com.br
    4.        Bravox USA                       www.bravoxaudio.com
    5.        Bomber(br)                       www.bomber.com.br
    6.        VIFA                                www.ampslab.com
    7.        Audax                              www.audax.com
    8.        Snake                              www.snakepro.com
     
    Fabricantes de caixas:
     
    9.        Castle                             www.castle.uk.com
    10. B&W                                www.bwspeakers.com
    11.     Tannoy                            www.tannoy.com
    12.     Staner                             www.staner.com
    13.     Dynaudio                         www.dynaudio.com
    14.     Klipsch                                      www.klipsch.com
    15.     Behringer                         www.behringer.com
     
    Sites sobre o assunto:
     
    16.     Basic car audio                 www.bcae1.com
    17.     Audio HiFi DIY                   www.audio-nova.com/Innehall/audionova_DIY.htm
    18.     Audio HiFi                         www.members.tripod.com/nanhifi
    19.     DIY subwoofers                 www.diysubwoofers.org
    20.     EPanorama                        www.epanorama.net
    21.     Audio List(br)                    www.audiolist.cjb.net
    22.     Autosom (artigos) (br)        www.autosom.net
    23.     Associação de falantes(br)  www.bravox.com.br/textostecnicos_associacoes.asp
    24.     Speaker building                www.speakerbuilding.com
    25.     Dicas sobre audio(br)         www.infobrasilia.com.br/som1.htm
    26. Curso de acústica(br)          email.feb.unesp.br/~jcandido/acustica/ 
    27.     Informações gerais(br)        www.paginadosom.com.br
    28.     Softwares para calculo       www.speakerbuilding.com/software
    29.     Projetos e artigos HiFi(br)   www.geocities.com/CapeCanaveral/9096/lt.htm
    30.     Glossário(br)                     www.performancenet.com.br/glossario.htm
    31.     STUDIOR – artigos(br)        www.studior.com.br/suporte.htm
     
    Sobre divisores de frequencia:
    (veja também nos links: 1 e 31)
    32.     www.bcae1.com/xoorder.htm
    33.     www.the12volt.com/caraudio/cross.asp
    34.     www.termpro.com/articles/xover2.html

    Livros:

    1. DICKASON, Vance – Caixas Acústicas e Alto-Falantes – ed: H. Sheldon
    1. JBL PROFESSIONAL – Sound System Design Reference manual – disponível em jblpro.com
    1. MIROL, Victor A. – A janela sonora e as palavras que a definem – disponível na WEB em clubedoaudio.com.br/metodo.htm
    1. SELENIUM ALTO-FALANTES – Projetos de sonorização – disponível na WEB em selenium.com.br
    1. SETTE, Homero – Análise e síntese de sistemas de radiação direta pelo método de Thiele-Small – Revista Saber Eletrônica Nº 228 – 231 – 1992
    1. STUDIO R – Interface amplificador falante em regime de alta potência – disponível em studior.com.br/aes2000.pdf

  • Cap. 16 – Projetando caixas de som: O que é potência RMS e potência PMPO

    Cap. 16 – Projetando caixas de som: O que é potência RMS e potência PMPO

    Ao selecionar um alto falante para sua caixa de som, lembre-se: alto-falante não tem potencia. Ele suporta potência. Alto falante é um componente passivo, que transforma energia. Um alto falante de 120W RMS suporta eletricamente 120W sem queimar, porém, se o amplificador for de apenas 50W, tocará igual a outro alto-falante de paramentros similares, ligado no mesmo amplificador. Isto sem contar que tem muita perda no caminho antes de virar som.

    Com relação aos valores de potência, o leitor já deve ter se deparado com números assustadores e não coerentes. Por exemplo, um aparelho tres-em-um  a venda no supermercado tem uma etiqueta que diz possuir 4000 Watts de potência. Será verdade? Isso seria admitir que este aparelho consome tanta energia quanto um chuveiro elétrico. O que acontece nestes casos é a unidade de medida que o fabricante utilizou. Na maioria das vezes, potência PMPO, ou seja, uma forma de medir a potência máxima que o aparelho pode gerar, mesmo que seja por um instante mínimo de tempo, até menor que centésimos de segundo. Como não há padronização para esta medida, o próprio fabricante definie como fazer a medição da potência PMPO. Isto trata-se de uma jogada de “marketing” para impressionar o cliente.

    Qual a potência do alto falante que devo considerar?

    A medição de potência padronizada pela ABNT é a que vale. Medida em um período de tempo padronizado onde se possa definir a potência média que foi trabalhada pelo aparelho sem que ocorra sua queima. Esta é a potência RMS ou conhecida como  potência real média, esta serve como parâmetro de comparação e deve vir sempre especificada pelo menos no manual do fabricante. Já me deparei com aparelhos que anunciavam 400W na frente de seu painel, mas no manual estava especificada a potência RMS de míseros 6W por canal. Este mesmo raciocínio vale para alto falantes. Nossa referência é potência RMS.

    O projeto da caixa de som pode influenciar

    Ainda temos um agravante: A potência RMS é a que o alto falante suporta eletricamente. Na maioria das vezes o limite mecânico imposto pelo Xmax ocorre em potências muito inferiores a suportada pelo alto-falante. Isto depende do projeto da caixa e da faixa em que ela irá trabalhar, por isso torna-se importante o cálculo e simulação da caixa antes da compra do alto-falante.Senão você comprará um alto falante de 500W, mas que irá poder funcionar apenas com 100W para não destruir o cone por excesso de excursão.

    Em música existe um parâmetro conhecido como dinâmica (ref: 3). Isto é a diferença entre o som mais “fraco” que toca em uma música e o mais “forte”. Qualquer aparelho em volume médio deve conseguir reproduzi-los todos. Vejamos o exemplo de uma típica musica de rock. Se tomarmos somente a variação dinâmica entre o volume médio normal no decorrer da música e os momentos de pico, encontraremos uma variação de 12dB, isto chama-se fator de crista (ref: 6). Agora vejamos, se o sujeito estiver ouvindo em um volume onde o desenvolvimento normal da música consome 2W do sistema. Quando em uma passagem mais forte da música, como um grito do vocalista ou uma base de guitarra onde atinja 12dB acima do nível médio, veja qual a potência necessária para reproduzi-lo:

    Formula para calculo de protencia em audio

    Veja que não é todo aparelho que fornece esta potência. Imagine que você estivesse tocando para uma multidão, onde seu sistema já desenvolvia em volume médio de 50W. Se calcular vai ver que necessitaria de 750W nas passagens mais fortes!! Ou ainda, se imagine ouvindo música clássica, onde o fator de crista pode chegar a 30dB.

    forma de onda no osciloscópio

    Quando a potência requerida é maior que a do amplificador, a onda é ceifada e ocorre distorção por saturação do equipamento. A onda perde seu formato, se torna quase quadrada e perde suas informações de timbre. Veja na fig. Acima, a onda ainda dentro dos limites do amplificador e a que excede a potência max. Por aí percebemos que alta potência em um sistema funciona como uma reserva de energia e não para escutar em volume máximo. Exceto se o controle de volume do aparelho já fora projetado pensando isso. A potência PMPO tinha a intenção inicial de especificar a capacidade que certos aparelhos tinham de fornecer alta potência nestes momentos de maior dinâmica, mas como não houve padronização, não serve de comparação hoje.

    Veja também:

  • Cap. 15 – Projetando caixas de som: Qualidade e mercado – 7 dicas para escolher um bom alto falante

    Cap. 15 – Projetando caixas de som: Qualidade e mercado – 7 dicas para escolher um bom alto falante

    O mercado de som automotivo

    O mercado de alto falantes hoje em dia é um “campo minado”. Se você procurar um pouco, poderá encontrar muita coisa boa, mas duvido que não vá esbarrar em muita “bomba” que tem por aí. Fabricantes abusam da publicidade e pecam na qualidade final. Falantes coloridos, que brilham, cromados etc. Nem sempre estes adereços contribuem para a qualidade da reprodução.

    Como o foco da atenção dos fabricantes está sobre o mercado automotivo e profissional, fica difícil encontrar alto-falantes pequenos destinados a outras aplicações que requerem mais qualidade. O pessoal que gosta de som residencial e hi-fi acabou prejudicado, pois nas lojas só se encontram os equipamentos automotivos, que possuem parâmetros e até formatos otimizados para serem aplicados em veículos e os profissionais, que esbanjam robustez, mas normalmente são grandes e superdimensionados para nossas aplicações.

    A solução recai sobre os importados. Isto não quer dizer que você não pode usar um falante automotivo para fazer uma caixa para seu Home Theater, é na hora dos cálculos que você começara a ver grandes diferenças que irão definir sua escolha.

    Como escolher um bom alto falante?

    Com um pouco de vivência com os parâmetros técnicos dos alto-falantes logo você estará conseguindo separar as razões.

    1. De início, comece a desconfiar daquelas marcas que apresentam valores de potências absurdos. Podem estar informando potencia PMPO, que não há padrão.
    2. Não escolha alto-falantes de imas pequenos e bordas estreitas para caixas de sub-graves. Subwoofers possuem bordas largas para permitir grande movimento do cone do alto falante .
    3. Evite falantes de QTS alto (>0,5) quando você estiver querendo sistemas compactos.
    4. Visualmente falando, o falante que lhe proporciona bom rendimento em caixas sub-graves compactas normalmente possui ima grande (QTS baixo), e bordas largas e macias.
    5. É muito importante observar a qualidade e rigidez do cone, bem como a qualidade das bordas e colagens.
    6. Observe sempre a sensibilidade do falante (SPL). Deve estar especificada em dB W/m. Isto quer dizer que um alto falante de SPL=93dB W/m, ligado a um amplificador de 250W toca igual a outro de 90dB W/m ligado a um sistema de 500W (lembre-se que ao dobrar a potência, tem -se um ganho de +3dB ( ref. 2).
    7. Baseie-se também pelos anúncios e catálogos de fabricantes que já atuam a algum tempo com sucesso no ramo de sonorização profissional e hi-fi. Isto porque equipamentos de má qualidade não sobrevivem nestes mercados e provavelmente a mesma tecnologia será utilizada em seus demais produtos.

    Veja também:

  • Cap. 9 – Projetando caixas de som: Mecânica das caixas de som

    Cap. 9 – Projetando caixas de som: Mecânica das caixas de som

    Chegado a este ponto, depois de ver que uma caixa depende de tantos parâmetros, você deve estar se perguntando qual a implicação do tipo de material e métodos de construção no resultado final da caixa.

    Se recapitularmos a finalidade da caixa acústica, veremos que a função de isolar as ondas sonoras em seu interior só pode ser cumprida se as paredes forem suficientemente rígidas para que não vibrem junto com o alto falante. Senão seria como admitir que o alto falante não é o único gerador de som da caixa. As paredes da caixa não podem apresentar vibrações e devem isolar todas as ondas sonoras que possam prejudicar o resultado final.

    Mesmo tomando todos os cuidados, não existe um material tão rígido que não vibre. Este efeito produz um som reverberante muito desagradável, como quando alguém fala com a cabeça dentro de um balde. É razoável imaginar que a vibração aconteça pois, dissemos que as ondas da parte de trás do falante são aprisionadas pela caixa. Estas ondas possuem certa energia que é transferida às paredes da caixa quando as tocam. Para evitar este efeito existe a necessidade de absorver esta energia antes que se transforme em vibração ou que amorteça as paredes para que cessem logo de vibrar. Faz-se isso adicionando material de alta densidade, pesados, internamente à caixa como, borrachas densas, como aquelas usadas para forrar bancada de oficinas ou camadas vigorosas de betumem (piche ou manta asfática). Uma caixa bem amortecida deve apresentar um som seco e sem sustentação quando você der “soquinhos” em suas paredes.

    Portanto podemos perceber que uma caixa acústica deve possuir paredes que ofereçam tanto rigidez quanto amortecimento. Viu porque boas caixa nunca são leves demais! Na seção de links, em fabricantes de caixas, procure por desenhos das caixas para ter alguns exemplos.

    Se dissemos que algumas paredes podem vibrar, temos alguns fatores que promovem este efeito, como baixa resistência a flexão e a baixa espessura do material (já viram como vibram aquelas caixas de mini-systems feitas de plástico?).

    Paredes feitas em materiais de alta densidade e rígidos, são muito boas acusticamente, necessitando apenas de uma forma de se amortecer as vibrações menores. Por exemplo, o aço é rígido, e necessita de muita potência para faze-lo vibrar devido a sua grande massa. Porém sem amortecimento, mesmo pequenas excitações fazem suas paredes ecoarem como sinos. Outros materiais mais nobres apresentam muitas vantagens juntas: rigidez, amortecimento e alta densidade, como o granito ou concreto por exemplo. Mas caixas construídas nestes materiais podem ser inviáveis devido ao peso e dificuldade de construção. O material que atualmente representa o melhor custo benefício continua sendo a madeira. Apesar de ser menos rígida e densa que os granitos, oferece vantagens em toda fase de fabricação da caixa.

    As madeiras mais utilizadas para se construir caixas são o compensado, o aglomerado e o MDF. Cada qual com suas vantagens. Não é comum utilizar madeira maciça, pois não se tem propriedades uniformes ao longo da peça, mas você pode experimentar também.

    O compensado utilizado é aquela madeira formada de várias camadas sobrepostas. É um material muito rígido e fácil de encontrar. Resiste a impactos e é fácil de se trabalhar. Não serve  compensado “virola” porque é “oco”. E nem aqueles pintados de roxo para usar em obras, porque são de baixíssima qualidade e separam sua camadas.

    Quanto ao aglomerado, muitos já devem conhecer, ele é aquele material feito de serragem de madeira prensada com cola, ele esfarela se for exposto a umidade e não suporta se aparafusado muitas vezes no mesmo furo. Também não suporta impactos de transportes, portanto esqueça este material para usar em equipamentos para shows. Use compensado. Mesmo assim ele é um bom material no ponto de vista acústico, é rígido e é barato. Se for fazer uma caixa para usar em casa, ou uma caixa que não será tão “judiada”, escolha este material. Mas cuidado, ele exige certa prática para montar, pois não aceita pregos e costuma lascar as bordas.

    Quando for comprar aglomerado, certifique-se da qualidade, apesar de ser serragem prensada, tem aspecto liso dos dois lados, veja um pedaço cortado e confira se a serragem é uniforme e fina. Não compre se houver pedaços grandes de madeira ao invés de serragem em seu interior. Agora se a grana estiver sobrando, o melhor material é o MDF.

    MDF é uma sigla em inglês que significa “fibras de média densidade”. É parecido com o aglomerado, serragem prensada, mas é uma serragem muito mais fina, tipo pó. É uma madeira muito rígida e pesada (densa), que apresenta boas qualidades de amortecimento. Também tem aspecto liso e claro de ambos os lados. Porém é um pouco mais cara que o compensado. Como o aglomerado, trabalhe com parafusos. Esta madeira é comumente usada para se fazer armários e cozinhas planejadas, em qualquer marceneiro você consegue ver. Também fica a dica, você pode adquirir a madeira já cortada nos tamanhos com marceneiros ou distribuidores, mas procure bem porque o preço varia muito.

    Lembre-se que quanto mais espessa for a madeira melhor. Uma boa forma de averiguar a espessura necessária para se ter uma boa caixa é considerar que ela deve ser ,mais ou menos, 1/20 da maior dimensão da caixa.

    Alguns fabricantes inventam outros tipos de materiais, na intenção de melhorar as características da caixa, mas também de facilitar o seu processo produtivo e diminuir custos. São o caso das caixas injetadas em plásticos de alta densidade ou resinas misturadas com minerais.

    A maneira de se montar uma caixa também influi em seu resultado final. Todo corpo possui uma freqüência natural de vibração. Isto inclui as paredes da caixa também. Cada parede terá um modo de vibração que vai depender de suas dimensões, massa, etc. Aqui vemos que o pior formato para uma caixa seria o cubo, pois teríamos seis paredes vibrando igualmente, somando os efeitos citados anteriormente.

    caixa de som vista por dentro

    Para se fornecer maior rigidez a paredes de caixas acústicas, as vezes são necessários reforços de modo que estes apoiem o painel, dividindo-o em duas ou mais partes menores, mas preferencialmente de dimensões não múltiplas entre si.

    Veja esta figura de uma caixa para som Hi-Fi, repare que já logo atrás do Woofer há um reforço horizontal, seguido de outro um pouco acima e outro vertical, mas repare que eles não dividem as paredes  em partes iguais. Repare também que o reforço vertical forma um volume para o alto falante de médios dentro da própria caixa de graves. Outra caixa dentro da caixa. Isto é perfeitamente possível desde que fique bem vedado depois de fechada. Há também outros menores, que estão até inclinados.  Deste modo ,mesmo depois de tantos reforços, se ainda houverem vibrações, pode-se garantir que estas não ocorrerão na mesma freqüência e não haverá soma de efeitos. Note que o reforço horizontal logo atrás do woofer não divide o volume da caixa, ele tem ranhuras que ainda permitem a comunicação da parte inferior da caixa com a parte superior, a função é mesmo só reforçar a parede. A prática mostrou que o tipo de escora mais eficiente é aquela colada longitudinalmente a maior dimensão da caixa, ao contrário das da foto, que estão na transversal, mas mesmo assim proporcionando bons resultados.

    Para toda caixa que possuir pelo menos duas paredes paralelas, existirão uma série de ondas que possuem comprimento múltiplo inteiro das distâncias entre as paredes. São ondas estacionarias. Estas ondas ,que provocam ressonâncias internas, podem ser minimizadas com projetos de caixas que não possuam paredes paralelas, ou com o auxílio de materiais que as absorvam.

    manta de fibra de vidro enrolada

    Lã de Vidro

    Manta acrílica, lã de vidro ou rocha, pasta de algodão, espuma acústica, são alguns do materiais utilizados para absorver estas reflexões internas a caixa. São encontradas em casas de materiais para refrigeração ou mesmo sonorização. Não são muito eficientes se forem coladas nas paredes, a não ser que em camadas vigorosas como a figura abaixo:

    construcao de uma caixa em linha de transmissao

    Uma outra forma de se aplicar estes materiais é ao invés de serem colados às paredes da caixa, serem colocados próximo a centro de volume, enrolados nas travessas de reforço ou em formato de caracol, mas sempre em quantidade que ocupe +/-50% de todo o volume da caixa. Vale lembrar que a adição de material absorvente causa uma elevação virtual de aproximadamente 15% no volume da caixa, ou seja, na hora dos cálculos, insira na fórmula um volume um pouco maior que o real caso você estiver utilizando material absorvente. Em caso de caixas de competição, não use, pois a caixa perde um pouco de rendimento.

    A ordem e aplicar primeiro algum material amortecedor nas paredes caso estas tenham tendência de ficarem vibrando prolongadamente, e sobre ele, aplicar o material absorvente.

    Ainda pode-se reduzir tais ressonâncias, pela adoção de dimensões para a caixa não múltiplas entra si. As proporções mais aceitas hoje em dia entre as dimensões de uma caixa para que as ressonâncias sejam mínimas são: 2,6 – 1,6 – 1. Não importando o que é altura, profundidade ou comprimento. Mas pode-se utilizar outras proporções, desde que não sejam múltiplas. Vemos aqui novamente que o pior formato é o cúbico.

    Ainda é importante dizer que o correto funcionamento de uma caixa depende muito de sua vedação. Todo vazamento de ar constitui perdas e redução de rendimento.  Portanto depois de construída, deve-se passar massa de calafetar, massa plástica, ou até cola misturada com serragem bem fina, por todas as junções internas da caixa. No alto-falante, use massa de calafetar na sua junção com a face da caixa. Não use silicone, pois enquanto seca, a cola de silicone exala gases ácidos que podem danificar o falante.

    Feche a caixa travando com parafusos e cola de madeira. Em certas caixas, a pressão no interior fica tão grande que se colocar pregos, a caixa pode começar a abrir.

    O furo do alto falante deve ser justo, mas não apertado para não correr o risco de empenar o falante. Use parafusos de fenda Philips para não correr o risco da chave de fenda escapulir e furar o alto-falante novinho.

    Veja valores dos diâmetros aproximados dos furos para o falante :

    Falante (poleg.)Dia. Furo aprox (mm)
    8185
    10232
    12280
    15352
    18420

    Veja também:

  • Cap. 3 – Projetando caixas de som: O som e suas propriedades

    Cap. 3 – Projetando caixas de som: O som e suas propriedades

    Ainda na escola, aprendemos que o som é uma onda, vibração, que se propaga somente por meios materiais, por exemplo madeira, aço, água e também pelo ar. Sua velocidade de propagação no ar é de aproximadamente 340 metros por segundo (20ºC). Isto é, 1220Km/h! Isso se dá através de ondas de pressão que se espalham pelo ambiente em todas as direções, crescendo em formato de esfera. Fazendo uma analogia, seria como uma onda se propagando na superfície da água, quando jogamos uma pedra.

    Imagem de esferas concentricas, exemplificando como as ondas sonoras se propagam
    Exemplo de propagação das ondas sonoras em campo aberto
    Diagrama esquematico mostrando o comportamento de uma onda sonora
    infografico mostrando o som sendo absorvido

    Dependendo das propriedades da onda e dos objetos que ele encontrar pelo caminho, o som pode ser refletido, desviado ou absorvido. Você pode inclusive fazer estas experiências na água, colocando alguns objetos no caminho das ondas e observando como elas se comportam

    Intensidade, timbre, freqüência, freqüência audível

    Quando um microfone capta uma onda sonora, ele a transforma em sinais elétricos. Se analisamos no osciloscópio estes sinais, vemos algo parecido com a figura abaixo:

    Grafico da função seno mostrando periodo e amplitude
    Forma de onda senoidal

    A amplitude define a intensidade do som, o período, que é o tempo que dura uma oscilação, (Frequência = 1/período), que por sua vez define as notas musicais e a diferenciação grave-agudo. Frequencia baixa= som grave ; Frequencia alta= som agudo.

    No sentido horizontal do pequeno gráfico, corre o tempo, à medida que o tempo passa (Período) podemos ver como varia a intensidade (amplitude)  do som. Ainda nesta figura existe uma segunda informação sobre esta onda: O seu formato.

    A forma da onda define o timbre do som que estamos ouvindo. Por exemplo, o formato da onda acima poderia ser o som de uma harpa, com ondas de formato senoidal. Seriam muito diferentes os formatos de ondas do som de um saxofone ou de um violino, ou até da voz de pessoas diferentes. Pelo formato da onda, reconhecemos os sons.

    Graficos que representam a forma de onda do timbre de um instrumento musical

    A forma da onda define o timbre do som que estamos ouvindo. Por exemplo, o formato da onda acima poderia ser o som de uma harpa, com ondas de formato senoidal. Seriam muito diferentes os formatos de ondas do som de um saxofone ou de um violino, ou até da voz de pessoas diferentes. Pelo formato da onda, reconhecemos os sons.

    Quanto a intensidade, tem relação com quão forte ouvimos um som. Cabe aqui uma atenção especial. A unidade de medida deintensidade do som chama-se decibel, e veremos a seguir.

    Veja também:

  • Cap. 1 – Projetando caixas de som: Introdução

    Cap. 1 – Projetando caixas de som: Introdução

    Olá, provavelmente você já viu este material que ensina a projetar caixas de som pela internet à fora. Trata-se de uma apostila, que eu, Ademir Ferreira escrevi a alguns anos, mas que pessoas vem distribuindo e vendendo indevidamente um material já antigo e desatualizado.

    Este material é gratuito, portanto você não deve compra-lo de nenhum vendedor, em sites de anúncios ou de vendas de cursos.  Os materiais que comercializamos estão disponíveis apenas nos links deste site [Ecoprojetos.com] e em nossas redes sociais.

    Veja também:

    A muito tempo, quando escrevi a primeira versão deste material, ainda era um estudante de engenharia e pretendia criar uma apostila para compartilhar o que vinha aprendendo sobre caixas de som, que sempre foi um tema muito intrigante para mim. As pequenas caixas que criava com sucatas de TV, rádios e restos de madeira, agora poderiam ter critério, projeto, uma forma correta de se construir e obter o resultado esperado.
    Por isto mesmo este material não tem a pretensão de somar algo mais na discussão sobre o tema. Existem muitos só no Brasil que podem receber o título de referência no assunto. Alguns tem seus livros citados no final desta apostila. Pelo contrário, este material trata-se de um “tira-gosto” e boa fonte de informação para os “não iniciados” no tema, desta forma poderemos todos falar uma mesma língua e nos aprofundar nos projetos de caixas de som de forma conjunta.
    A primeira versão da apostila de caixas acústicas era comercializada como E-book, mas diante da pirataria crescente, passou a ser disponibilizada gratuitamente no site ecoprojetos.com, onde permanece até então.
    Que este material contribua para que cada vez mais pessoas possam ingressar neste maravilhoso hobbie.

    Imagem das caixas de som construidas com compensado naval

    Se você já está lendo esta introdução é porque certamente tem curiosidade e se interessa por áudio e caixas acústicas. Desta forma acredito que também já imaginou porque certas caixas acústicas são tão caras, enquanto outras parecem tão simplórias e baratas.


    Seria somente questão de marca? ou realmente existe um trabalho sério de projeto que resulta em uma sonoridade realmente superior? Será que o tamanho e formato da caixa são importantes? Alto falante é tudo igual? Basta ter o mesmo tamanho? Qual a potência que posso colocar sem estragar o alto falante? O tipo da madeira é importante?

    Estas são dúvidas frequentes que fazem perdido quem vai construir uma caixa de som. Nesta apostila vamos ver que realmente há muitas considerações a se levar em conta para o projeto de uma caixa acústica, mas com um pouco de conhecimento, você já irá mais acertar do que errar ao criar suas caixas, sejam elas dutadas, seladas, subwoofers domésticos, HI-FI, etc.


    Este material foca no áudio doméstico e de alta fidelidade, mas a teoria se aplica a outros usos, como sonorização de ambientes, shows, etc, prestando atenção nas particularidades de cada aplicação.

    Mas o que é uma caixa acústica?

    Uma caixa acústica trata-se de um recinto para disciplinar as ondas sonoras produzidas pelo alto-falante. Mais à frente veremos que a caixa isola em seu interior ondas sonoras que poderiam interferir descontroladamente no funcionamento do alto-falante, Mas o cálculo correto pode utilizar-se destas ondas beneficamente ao invés de desperdiçá-las no interior da caixa. Tenho ainda que avisar que uma caixa mau calculada, ou simplesmente reaproveitada, vai funcionar (vai fazer som) mas pode provocar distorções no som e até danos ao alto-falante quando este estiver com grande potência aplicada.

    Caixa de som com defeito

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